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Ivan Augusto Cecílio e Silva

O objetivo deste estudo é analisar os fatores socioeconômicos, demográficos e de saúde associados às taxas de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS em adultos (18 a 65 anos), nas Unidades Federativas (UF’s) do Brasil, no período de 2008 a 2018. Para isso, utilizaram-se os modelos de painel de dados (tradicional e com erros padrão de Driscoll-Kraay) e de contagem (Poisson e Binomial Negativa). Os fatores socioeconômicos abrangeram o Produto Interno Bruto (PIB) real per capita e os anos médios de estudo. A expectativa de vida representou o fator demográfico. Os fatores de saúde usados foram despesa pública em saúde (real) per capita, taxa de cirurgiões do aparelho digestivo que atendem no SUS, taxa de hospitais credenciados na Assistência de Alta Complexidade (AAC) para obesos e prevalência da obesidade mórbida em adultos. A partir das estimações, observou-se que a taxa de cirurgias bariátricas associou-se positivamente com as taxas de hospitais credenciados na assistência de alta complexidade para obesidade e cirurgiões do aparelho digestivo e com a expectativa de vida. As evidências foram ambíguas, ou seja, não significativas em alguns modelos para os fatores socioeconômicos (PIB real per capita e média de anos de estudo) e indicadores de saúde (despesa pública em saúde (real) per capita e a prevalência da obesidade mórbida). Concluiu-se que os fatores abordados explicaram o comportamento dessas taxas e suas diferenças regionais ao longo do tempo. Tornam-se necessárias ações para melhorar a formulação e a coordenação de políticas efetivas (baseadas em evidências) voltadas para cirurgias bariátricas nas UF’s e que valorizem a qualidade de vida e o capital humano de cada grupo populacional.